Tudo bem com vocês???
No post de hoje irei começar uma série de postagem sobre o livro Ciência Proibida de Salvador Nogueira,
que aborda a ética na Ciência, ou a falta dela. Para quem não sabe, eu sou
formada em Ciências Biológicas e achei o tema bem interessante. O livro está
dividido em sete temas, então serão pelo menos sete posts, um sobre cada tema.
O primeiro deles é sobre a falsificação de dados durante uma pesquisa.
No livro autor aborda
os trabalhos de Ptolomeu, de como seus dados, que foram usados para afirmar que
a Terra era o centro do nosso sistema solar, foram aceitos por cerca de 1400
anos, e atrasaram muito o desenvolvimento da astronomia.
Temos também Colombo, que
apesar de sua contribuição para a navegação e exploração marítima, teria usado os
dados que lhe agradavam e convinham aos seus interesses, ignoram os que não lhe
eram favoráveis, colocando a sua vida e de sua tripulação em risco.
Charles Dawson e o
falso elo perdido, também conhecido com o homem de Piltdown. Dawson que foi um advogado
britânico que atuava como arqueólogo, paleontólogo e geólogo amador. Em 1912
foram encontrados fragmentos de ossos nos cascalhos de Piltdown, endossados por
Dawson como ossos humanos. Usando técnicas de reconstrução cranial. O resultado
foi celebrado como uma nova espécie, anterior aos seres humanos, sendo um elo
entre os seres humanos e seus ancestrais. Mas em 1949, novas técnica, mais eficazes
de datação colocaram em xeque a descoberta, que foi declarada como fraude em 1953,
na verdade os ossos eram uma combinação de osso humano e de um símio.
Martin Fleischmann e Stanley Pons anunciaram
em 1989 que haviam conseguido uma fusão a frio, que é uma reação de fusão nuclear
(a união de dois átomos, que formam um átomo com mais prótons). O processo de fusão
libera muita energia, que poderia ser captada e utilizada para o abastecimento
de cidades, mas o processo libera muito calor. Já na fusão a frio, a produção
de calor seria bem menor. Apesar de várias tentativas muitos não conseguiram
replicar o feitos de Martin e Pons, e os dados da dupla foram rejeitados. Mas em
2011 alguns cientistas afirmam terem obtidos êxitos em seus experimentos, o que
gerou novo interesse pelo tema.
Victor Ninov, que
trabalhava no Laboratório Nacional de Lawrence Livermore, anunciou a descoberta
do suposto elemento 118 e do 116. Como não puderam replicar o experimento,
publicaram uma retratação um ano depois. Em 2002, o diretor do laboratório anunciou
que os dados haviam sido alterados pelo autor, Ninov. A descoberta oficial
desse elemento foi confirmada pelo Laboratório Nacional de Lawrence Livermore
em parceria com Instituto Conjunto para Pesquisa Nuclear da Rússia em 2006.
E por fim, aborda os
falsos clones do sul-coreano Hwang. Hwang Woo-souk esteve envolvido em vários escândalos,
como falsificação de dados, afirmando ter conseguido células-tronco embrionárias
a partir de células adultas. Seus resultados foram publicados na revista Science, que teve de emitir uma
retratação quando foi descoberta a fraude. Além disso, ele foi acusado de
obrigar suas assistentes a doarem óvulos para as pesquisas. Mas nem todas as
informações publicadas pelo cientista são fajutas, ele foi responsável pela
clonagem do primeiro cachorro, Snuppy.
Nas palavras do próprio autor “Numa nota pessoal, tenho de dizer que foi
bem difícil, doloroso mesmo, repassar todos esses episódios sombrios e destacar
os que ainda estão por vir. Quem visita o blog sabe que meu tom é sempre de
otimismo com relação ao futuro da humanidade e de fato acredito nisso. Mas sei
que esse futuro não virá de graça. Teremos de conquistá-lo, teremos de
merecê-lo. E isso vai envolver não repetir erros do passado, nem se permitir
grandes tropeços éticos e morais no futuro”.
Essa parte do livro me
lembrou muito uma frase de Arthur Conan Doyle escreve em seus livros sobre
Sherlock Holmes:
Muitas vezes o
pesquisador está tão apaixonado por sua teoria que acaba utilizando apenas os
dados mais convenientes, ou interpreta os dados da forma mais agradável a sua
teoria, ou simplesmente age de má vez, chegando até a falsificar dados, para
obter crédito, dinheiro e fama. Mas como muito bem colocou Salvador, a Ciência tem
a capacidade de se auto corrigir, embora em alguns caso isso possa demorar um
pouco.
É claro que a Ciência
tem evoluído muito nos últimos tempos, bem como os métodos e instrumentos utilizados
pelos cientistas, mas isso deve ser acompanhado também pela evolução da ética humana.
Estão é isso, espero
que vocês tenham gostado e semana que vem eu volto com a segunda parte do livro.
Beijos e até a próxima.
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