Olá...
Olá... Olá...
Tudo bem com vocês??? Hoje
quero compartilhar minhas impressões de leitura sobre o livro "O Presidente Negro" de Monteiro Lobato. Ele
foi publicado originalmente em 1926 com o titulo de "O Choque das Raças", tendo posteriormente o título alterado para "O Presidente Negro". Esse é o único romance
escrito por Monteiro Lobato.
A história se passa em 1926, e tem
como narrador Ayrton, que é um empregado da empresa Sá, Pato e Cia., que possui
o grande sonho de se tornar um rodante, ou seja, um motorista, ter o seu próprio
carro. E após juntar economia ele consegue realizar seu sonho e se torna um rodante,
ele acaba sofrendo um acidente automobilístico na região de Nova Friburgo, no atual
estado do Rio de Janeiro. Após seu acidente é resgatado pelo recluso professor
Benson, que o leva para sua residência.
No decorrer de sua convalescência,
Ayrton conhece a bela e inteligentíssima filha do professor, Miss Jane. Também acaba
conhecendo o segredo do professor, sua grande invenção: o “porviroscópio”.
Em resumo, o “porviroscópio”
é um instrumento que canaliza as “energias” e acontecimentos e dessa forma permite
prever os acontecimentos futuros. Dessa forma, Ayrton é posto a par da disputa
pela Casa Branca nos Estados Unidos da América do ano 2228.
Nessa eleição há uma divisão
do eleitorado branco entre homens e mulheres, o motivo por trás da divisão do eleitorado
branco em homens e mulheres não “desceu”, mesmo para uma ficção científica,
ainda mais levando em consideração que ideias de Darwin e Mendel já eram divulgadas,
embora de forma confusa. A divisão entre os brancos ocasiona a eleição do candidato
negro, Jim Roy, como 88° presidente dos EUA. Essa eleição gerou um grande impasse,
e os brancos (agora novamente unidos) elaboram uma “solução final” para o “problema
negro”.
O que me chamou a
atenção foi a análise que Monteiro fez do desenvolvimento da ciência: internet,
alisamento capilar, etc... Mas quanto a análise social... para disser o mínimo,
me lembra muito as ideias nazista defendidas anos depois por Adolf Hitler.
Embora a história seja
escrita de forma incrível, a narrativa muito fluída e atrativa, o desenrolar da
história e as ideias defendidas não me agradaram.
Fica a eterna discussão
sobre o fato de ele ser racista ou não, que não consigo responder. Monteiro viveu
durante a chamada “abolição” dos escravos, que apesar de livre não tinha meios
de subsistência, e eram tidos como classe inferior, sendo esse o pensamento em
voga na época, mas isso não justifica. Seria o mesmo de justificar Hitler com
base no fato do pensamento eugênico ter se espalhado e ganhado terreno nesse período.
Beijos e até a próxima.
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