Hoje vou falar um pouquinho sobre adaptações literárias e minhas
experiências com algumas adaptações.
Qual
leitor, que ao descobrir que um livro que gostou muito será adaptado ou já tem
uma adaptação para o cinema ou televisão, não fica ansioso para ver determinada
cena, ou algum detalhe??? Pois é, creio que todos os leitores já passaram por
isso.
Beleza...
Então chega o momento de assistir ao filme (ou série), e vai chegando perto da tão
aguardada cena, é a qualquer momento e...
É
isso mesmo, ela foi CORTADA ou totalmente ALTERADA. COMO ASSIM??????????
Q-U-E
L-E-G-A-L (ironia ON)! OK, entendemos o significado da palavra “adaptação”, mas isso não evita a decepção, e em alguns casos
alteram tanto a história que é um milagre o nome da adaptação permanecer igual ao
da obra original.
Pode
parecer estranho, mas costumo assistir primeiro a adaptação e depois ler o
livro. Por que assim o melhor fica para o final, e não crio expectativas em
determinadas cenas. O maior problema disso são os “spoiler” no filme, mas como
não ligo para spoiler, então fico mais satisfeita vendo o filme primeiro.
Foi
o que aconteceu com Harry Potter,
conheci a série através do primeiro filme, e continuei seguindo a série através
dos filmes até A Ordem da Fênix (pois
não tinha dinheiro para comprar os livros, não encontrava ninguém para me
emprestar e nem tinha como ler na versão digital). Até encontrar uma alma
bondosa (Ana Flávia Mesquita Alencar – BJS), que me emprestou O Enigma do Príncipe (que foi o primeiro que li).
E
em O Enigma do Príncipe temos uma
cena que eu pessoalmente (e sei que muitos outros fã também queria muito ter
visto), que ocorre quando Harry é impedido de jogar e de assistir ao jogo,
devido a uma detenção com Snape, e Gina joga em seu lugar. Após a detenção ele
saiu desesperado para saber o resultado do jogo. Segue o trecho de quando ele
entra no Salão Comunal:
– Vencemos! – berrou
Ron, pulando à sua frente, sacudindo a taça de prata. – Vencemos! Quatrocentos
e cinqüenta a cento e quarenta! Vencemos!
Harry olhou
para os lados; lá estava Gina correndo ao seu encontro; ela tinha uma expressão
dura e intensa no rosto ao atirar os braços ao seu pescoço. E, sem pensar, sem
planejar, sem se preocupar com o fato de que cinqüenta pessoas estavam olhando,
Harry a beijou.
Decorridos
longos minutos, ou talvez tenha sido meia hora, ou possivelmente vários dias
ensolarados, eles se separaram. A sala ficara muito silenciosa. Várias pessoas
assoviaram e houve uma erupção de risadinhas nervosas. Harry olhou pra cima da
cabeça de Gina e viu Dino Thomas segurando um copo esmagado na mão, e Romilda
Vane com cara de quem queria atirar alguma coisa neles. Hermione sorria
exultante, mas o olhar de Harry procurou Rony. Encontrou-o finalmente, ainda
segurando a taça com a expressão de quem levara uma bordoada na cabeça. Por uma
fração de segundo eles se olharam, então Rony fez um discreto aceno com a cabeça
que Harry entendeu como “Bem, se não tem mais jeito”.
A criatura em
seu peito rugiu triunfante, Harry sorriu para Gina e fez um gesto mudo
indicando a saída do buraco do retrato. Um longo passeio pelos jardins parecia
mais indicado, durante o qual, se tivessem tempo, poderiam discutir o
jogo.
Queria
MUITO ver essa cena.
Dando
sequência das decepções nas adaptações, temos uma cena em As Relíquias da Morte, onde Lupin se oferece para acompanhar Harry,
deixando Tonks grávida, por ter medo de seu filho nascer com lincantropia (ser
lobisomem, assim como ele), mas Harry passa "O" sermão em Lupin e os dois brigam,
segue o trecho:
– A minha
espécie normalmente não procria! Ele será como eu, estou convencido. Como
poderei me perdoar, quando conscientemente corri o risco de transferir a minha
deficiência a uma criança inocente? E se, por milagre, ela não for como eu,
então estará melhor, mil vezes melhor sem um pai do qual sempre se
envergonhará!
– Remo! –
sussurrou Hermione, os olhos marejados de lágrimas. – Não diga isso,
como uma criança poderia ter vergonha de você?
– Ah, não
sei, Hermione – disse Harry. – Eu teria muita vergonha dele.
Ele não sabia
de onde vinha sua raiva, mas o sentimento o fizera se levantar também. A
expressão de Lupin era a de quem tinha sido esbofeteado por Harry.
– Se o
novo regime acha que os que nasceram trouxas são criminosos, que fará com um
mestiço de lobisomem cujo pai pertence à Ordem? Meu pai morreu tentando
proteger a mim e a minha mãe, e você acha que ele lhe diria para abandonar seu
filho e nos acompanhar em uma aventura?
– Como…
como se atreve? – disse Lupin. – Não se trata de um desejo de… correr
riscos ou obter glória pessoal… como se atreve a insinuar uma…
– Acho
que você está sendo audacioso – disse Harry. – Querendo ocupar o
lugar de Sirius…
– Harry,
não! – suplicou Hermione, mas ele continuou a encarar o rosto lívido de
Lupin.
– Eu
nunca teria acreditado – continuou Harry. – O homem que me ensinou a
combater dementadores… um covarde.
Lupin sacou a
varinha tão rápido que Harry mal teve tempo de apanhar a própria; seguiu-se um
forte estampido e ele sentiu arremessado para trás como se tivesse levado um
murro; ao bater contra a parede da cozinha e escorregar para o chão, viu a
ponta da capa de Lupin desaparecer pela porta.
O David Thewlis (que interpretou o Lupin) é fantástico, foi o Lupin perfeito. Essa cena... Essa cena ficaria incrível, mas...
Outro
livro que me deixou ansiosa para ver uma cena e na hora H “fiquei a ver navios”
foi O Código Da Vinci – Dan Brown. A cena
em questão retrata o Departamento de Teologia e Estudos Religiosos do King's College,
“fundado por Jorge IV, em 1829, tem o seu Departamento de Teologia e Estudos
Religiosos num terreno doado pela coroa, contíguo ao Parlamento. O Departamento
de Religião do King’s College orgulha-se não só dos seus cento e cinquenta anos
de experiência nas áreas do ensino e da pesquisa, mas também da criação, em
1982, do Instituto de Pesquisa de Teologia Sistemática, dotado de uma das mais
completas e electronicamente avançadas bibliotecas de pesquisa religiosa do
mundo”. E no filme, Robert e Sophie fazem a pesquisa em palmtop dentro do ônibus
a caminho do Departamento (ou seja, só assanharam e nada de mostrar a tal
biblioteca).
Vou
ficar apenas nessas três cenas... Mas na expectativas por A Esperança – parte 1
e parte 2 ( novembro de 2014 e novembro de 2015) e Cadeira de Prata (só Deus
sabe).
Bom,
esse foi o post de hoje, espero que tenham gostado. Peço que quem gostou ajude
a divulgar o blog. E quero ver os comentários de vocês: Quais cenas desejaram
ver e quando chegou na hora, CADÊ??? BJS e até Segunda.
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